Veio como o Blog do Zé Dudu calculou (relembre aqui): a parcela dos royalties de mineração que o município de Parauapebas vai embolsar neste mês de junho será de R$ 46,8 milhões, quase R$ 4 milhões acima da fatia de maio. 3r5j2x

Pelo terceiro mês consecutivo, a cota-parte da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem) não a de R$ 50 milhões, trajetória rara e que não se via há meses. Junho de 2025 crava faturamento 59% menor que os R$ 114,11 milhões recebidos no auge dos royalties por produção, em junho de 2021. As informações foram levantadas com exclusividade pelo Blog do Zé Dudu.

Apesar da perda de força na receita da Cfem, junho quebra a sequência de quedas em relação a 2024 que se arrastava desde fevereiro. No comparativo com junho do ano ado, este mês verá os royalties crescerem na ordem de 12,85% — isso após queda de 17,25% em fevereiro; 27,81% em março; 43,45% em abril; e 10,95% em maio.

No balanço do semestre, o resultado é preocupante: a receita da compensação financeira despencou 11,89%, ando de R$ 365,74 milhões em 2024 para R$ 322,26 milhões em 2025. Ainda assim, o que o governo de Aurélio Goiano está embolsando apenas em royalties de mineração na primeira metade deste ano é maior que a arrecadação de um ano inteiro de 87,5% dos municípios brasileiros.

E exemplos no Pará não faltam: Juruti (R$ 318,19 milhões), Breu Branco (R$ 241,92), Dom Eliseu (R$ 240,53 milhões), Capanema (R$ 230,59 milhões), Tucumã (R$ 215,01 milhões) e Jacundá (R$ 200,44 milhões) se batem durante o ano inteiro, ainda assim não conseguem arrecadar um semestre de Cfem de Parauapebas. Ou seja, mesmo com a receita dos royalties em queda, Aurélio Goiano tem muito dinheiro para gastar.

Prova disso é que empresários de fora estão cada vez mais animados com contratos gorduchos — e recheados de polêmicas — que pegaram com a prefeitura, esta a qual quase inteiramente loteada entre ambiciosos que desconhecem a realidade local. Órgãos de fiscalização e até o Poder Judiciário têm sido constantemente acionados para barrar a farra.

Com a Cfem, Aurélio pagou, por exemplo, parte — “só” R$ 9,85 milhões, por enquanto — do péssimo serviço de tapa-buraco, popularmente conhecido como “asfalto Sonrisal”, executado pela construtora Pavifênix, com sede em Barcarena. Pagou também, até o momento, R$ 6,75 milhões à empresa ALL, com sede em Marabá, pela locação de caminhões e equipamentos.

Marabá cresce 148%

Enquanto a Prefeitura de Parauapebas vive seu inferno astral, com Cfem abaixo do esperado, receita total em queda, gestão caótica e um governo que demonstra diariamente não saber utilizar bem os recursos públicos disponíveis, a Prefeitura de Marabá vive período de ouro na arrecadação de royalties de mineração sobre sua produção de cobre.

Este mês, entrarão nos cofres istrados por Toni Cunha R$ 16,85 milhões, cerca de 148% a mais que os R$ 6,8 milhões recebidos em junho de 2024. O prefeito marabaense, diferentemente do de Parauapebas, aplica o recurso em serviços eficientes e, principalmente, faz a roda da economia da Capital Nacional do Cobre girar.

Mesmo exemplo também dá a prefeita Josemira Gadelha, que vai assistir à entrada triunfal de R$ 60,62 milhões em royalties nos cofres da Prefeitura de Canaã dos Carajás, o maior valor para o mês da história e 42% acima do faturamento de 2024. Além de Canaã ter ultraado definitivamente Parauapebas como maior produtor mineral do Brasil e, por consequência, maior receptáculo de Cfem do país, a istração da Terra Prometida “samba na cara” da Capital do Minério quando o assunto é exemplo de gestão.

Ao todo, 52 prefeituras paraenses vão rachar R$ 143,27 milhões em royalties este mês, sendo que nove delas vão receber valores superiores a R$ 1 milhão.

ROYALTIES MILIONÁRIOS EM JUNHO

1º Canaã dos Carajás — R$ 60.619.653,51

2º Parauapebas — R$ 46.801.699,49

3º Marabá — R$ 16.851.563,58

4º Paragominas — R$ 4.190.498,09

5º Curionópolis — R$ 3.786.729,07

6º Juruti — R$ 2.101.653,74

7º Tucumã — R$ 2.091.238,29

8º Itaituba — R$ 2.045.740,62

9º Terra Santa — R$ 1.991.956,18