Exportações originárias de Parauapebas desabam em janeiro 3i4135

É um péssimo sinal tanto para o faturamento imediato de Cfem, que deve cair a R$ 55 milhões em março, quanto para os ganhos de ICMS no médio prazo, já que o fato gerador, que são as operações e movimentações de mercadorias e serviços relacionadas à extração mineral, estão em queda franca

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A Capital do Minério teve um dos piores inícios de ano da década. Ao menos, no que diz respeito às exportações originárias de seu território. Dados divulgados no último final de semana pelo Ministério do Desenvolvimento revelam que as transações comerciais de Parauapebas em janeiro caíram assustadoramente 30,9% em comparação com o mesmo período de 2024. É uma das maiores baixas da história econômica do município. As informações foram levantadas com exclusividade pelo Blog do Zé Dudu. 295t4t

A queda acentuada, decorrente de uma produção cada vez mais retraída de minério de ferro, tem como reflexo a perda de importância de Parauapebas na balança comercial brasileira. O município, que chegou a ser o campeão de exportações no país por meses seguidos, encerrou janeiro na 7ª posição nacional, com 438,63 milhões de dólares transacionados em 2025 ante 634,74 milhões de dólares no início do ano ado.

As exportações originárias de Canaã dos Carajás também registraram queda em janeiro da ordem de 9,14%. Mas a Terra Prometida tombou tão menos intensamente em relação a Parauapebas que, como consequência, exportou mais e ocupou a 3ª colocação no ranking nacional. Canaã embarcou 545,92 milhões de dólares no primeiro mês deste ano contra 600,84 milhões de dólares no início de 2024.

Guerra de minério de ferro

Canaã dos Carajás ganhou a “batalha” de janeiro da produção e exportação de minério de ferro. Só dessa commodity a Terra Prometida exportou 6,88 milhões de toneladas (Mt) métricas, que renderam 492,57 milhões de dólares. No ano ado, exportou menos toneladas (5,63 Mt), ainda assim faturou financeiramente mais (543,7 milhões de dólares), o que revela o declínio de preços do minério de ferro neste começo de ano.

Por seu turno, Parauapebas lavrou e embarcou 6,13 milhões de toneladas de minério, que custaram 438,63 milhões de dólares, valor inferior ao movimento envolvendo o ferro no ano ado, quando as 6,57 Mt renderam 634,55 milhões de dólares. Vale lembrar que, em janeiro de 2024, o preço médio da tonelada do minério chegou a 135 dólares, enquanto em janeiro de 2025 ficou em 100 dólares, o que explica a queda das exportações.

Consequências econômicas

As exportações de Parauapebas, que aparentemente beneficiam apenas empresas como a mineradora multinacional Vale e as estatísticas de comércio exterior do Brasil, dizem muito mais sobre o próprio município que as simples aparências.

Os volumes de produção física, quando em queda, sinalizam dois prognósticos ruins para a Capital do Minério: queda imediata (com efeito em até dois meses) no recolhimento da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem) e queda no médio prazo (com repercussão em dois anos) no faturamento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

Com base nos dados das exportações de janeiro de Parauapebas, o Blog calculou que a Cfem a ser recebida em março por produção de minério de ferro vai ser menor que a deste mês. Mês que vem, a Prefeitura de Parauapebas deverá receber algo entre R$ 55 milhões e R$ 60 milhões em Cfem. A se confirmar o valor, deverá ser um dos menores dos últimos 12 meses.

Quanto ao ICMS, a diminuição no ritmo da produção física implica quase necessariamente desaceleração na movimentação de mercadorias e serviços atrelados à exploração mineral. Sempre que essa diminuição nas operações acontece, há queda de valor adicionado fiscal, que é o ponto de partida para cálculo do cobiçado imposto.

Parauapebas não a por um bom momento econômico, e isso é preocupante para as finanças locais. E o mais grave é que a repercussão dos números em marcha a ré não tem efeito imediato, logo, muitos gestores tendem a desacreditar o alerta por detrás dos indicadores. O fato gerador do ICMS, por exemplo, ocorre dois anos antes de o imposto ser efetivamente pago aos municípios. E o ICMS de Parauapebas — com ou sem intervenção do Governo do Estado e da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa) — vai cair, e não vai demorar. Resta saber se a Capital do Minério estará preparada para enfrentar os pesadelos que historicamente insiste em não interpretar nas entrelinhas.

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